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EXISTE DIFERENÇA ENTRE O HOMEM E A MULHER NO QUESITO FORÇA FÍSICA PARA A EXECUÇÃO DOS TRABALHOS?

  • Foto do escritor: Lívia Viana
    Lívia Viana
  • 1 de fev. de 2023
  • 3 min de leitura

O novo ciclo de 2023 já começou e no dia doze de janeiro ministrei a palestra “Elas querem! Elas podem! Elas fazem!” para os colaboradores da Companhia de Projetos de Construção e Montagem LTDA (CMPC) uma indústria situada em São Luís – MA e, ao térmico da palestra, recebi o questionamento de um dos colaboradores que tomou como base a minha experiência na gestão de obras onde mulheres e homens atuavam juntos, e me perguntou se existia diferença entre o homem e a mulher no quesito força física para a execução dos trabalhos da construção civil.



Eu respondi que sim. No entanto, enquanto o homem suporta mais esforços feitos repetidamente com pesos, como por exemplo, nos serviços de levantamento de alvenaria com blocos de concreto, que pesam em torno de 13 kg, as mulheres, em contrapartida, somam com atividades no serviço de pintura utilizando maior técnica e primor, ou seja, com essa simples alocação podemos otimizar as duas mãos de obra e garantir maior produtividade e qualidade na execução do serviço.


O colaborador, por sua vez, quis aprofundar o assunto e um dos gestores da empresa pediu para responder e relatou que hoje em dia, em relação à força, não vê diferença entre o trabalho feminino e masculino, visto que a tecnologia permite a adequações dos equipamentos preservando a ergonomia e possibilita a boa execução independente de quem esteja operando, como o caso do carrinho de mão que é adaptado para transporte de materiais pesados.


Prontamente tive que concordar, pois a tecnologia realmente tem trazido soluções para fomentar a inclusão e reduzir o desperdício e esforços desnecessários durante a execução. Sob essa perspectiva, é pertinente trazer à tona um conceito do Sistema Toyota de Produção que reforça nosso posicionamento nesse diálogo. O desdobramento da produção enxuta menciona sete tipos de desperdícios que são capazes de comprometer a produtividade de uma organização. Um deles é a perda ocasionada por movimentos ou esforços desnecessários (os outros são por defeitos, excessos de produção, estoques, processamento desnecessário, transporte desnecessário e espera). (OISHI, 1995).


Naquele momento eu considerei apenas as minhas percepções ao longo da experiência que tive em campo e não visualizei todas as possibilidades que já existem e ainda não estão implementadas em nossas operações. Durante esse período, observei a produtividade delas em manusear o bloco para levantar alvenaria sem a mesma rapidez que os homens; o medo do trabalho em altura no serviço da pintura; e a dificuldade para se equilibrar segurando o balde de tinta e rolo. Devido a isso, tivemos que tomar a decisão de mesclar a equipe com homens e mulheres, aproveitando o potencial de cada um sem ainda pensar em tentar aprimorar utilizando melhores equipamentos.


Se me perguntarem se já temos todas as soluções em tecnologia para todos os serviços que demandam maiores esforços que não diferenciem homens e mulheres? Honestamente, confesso que não sei responder e por isso acredito que devamos considerar que ainda não temos a resposta correta, mas sim, cenários a analisar, soluções a buscar, testes e validações a serem feitos antes de dizer que não existem diferenças, mesmo quando se tem a tecnologia ao nosso favor.


Como o gestor da empresa manifestou sua opinião e ela está correta até mesmo sob o ponto de vista da literatura organizacional, acredito que a CMPC já tenha incluído em seu planejamento estratégico, diretrizes que não diferencie homens e mulheres em força física dentro da sua operação, dando indícios de ser uma empresa que já está à frente, trabalhando para a diversidade, inclusão, paridade, equidade. Esse episódio me fez concluir que um mundo em crescentes transformações e com a necessidade de inserção da mulher no mercado de trabalho nas operações não deve se limitar a força física. Mas já podemos dizer que esse é um problema eliminado? Acredito que não e que, infelizmente, ainda não temos um parecer definitivo, mas uma possibilidade de cada vez mais deixar se extinguir, onde todas as mulheres poderão conquistar sua independência financeira e sem as barreiras de preconceito que ainda existem.


A intervenção do gestor e suas respostas foram de grande valia e aprendizado, me fazendo pensar fora da caixa e trazendo para o discurso um “depende” que desperta nosso olhar para novos questionamentos sobre o assunto. Quando nos dispomos a passar nossa experiência, aprendemos muito mais do que ensinamos e isso de fato é muito gratificante nas palestras e mentorias que faço, a cada experiência sigo ainda mais motivada a trabalhar pelo empoderamento e desenvolvimento de mais e mais mulheres, essa é minha missão e o compromisso de todas nós da Ela Faz. Deixo aqui registrada a minha gratidão e um desejo de até a próxima.


Lívia Viana – CEO da Ela Faz Tecnologia

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Oiee, me chamo Lívia

Sou ativa na luta pelos direitos das mulheres na sociedade e na garantia de transformação de vidas femininas.

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Empreendedorismo Feminino

Empreendedora, gestora de empresas e mentora de novas empreendedoras nas redes sociais. Estou como líder no principal projeto da minha vida que se chama Ela Faz.

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